quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

DÚVIDA

ALMA FÉNIX

Sempre relaciono minhas dúvidas e condição de vulnerabilidade ao fato de ser Fénix..., Pois meus sentimentos são difusos, meus pensamentos emaranhados, minhas dúvidas instigantes e ameaçadoras.
Diante desta dúvida me pergunto, então minha alegria é  minha tristeza desmascarada?
Quantas vezes me sinto vazia...
Só o trabalho é o meu condutor para a felicidade, nele se fez meu riso de satisfação e realizações, apesar de muitas vezes o ter nutrido com minhas lágrimas, por  me conduzir a necessidade de me omitir em presença como Mãe.
Me parece que quanto mais a tristeza cavar minhas entranhas, mas alegria poderei ter...

Amar!  Não, não tive coragem de procurar a felicidade no amor outra vez, pois já fui massacrada, subjugada, mutilada, invadida de tal maneira que precisei optar pela tristeza de não mais amar.
Só agora me dou conta disso.  Novamente me sinto vazia... Sigo apenas com a minha dor!

Não fui capaz entender que a felicidade está dentro de nós e o quanto é triste não ser capaz de amar...
Talvez me julgue frágil como o cristal, que encanta por sua  beleza, brilho, transparência e adornos lapidados com tanta delicadeza.
Mas esta taça  de cristal onde sirvo meu vinho, é na verdade, a mesma taça que foi queimada no forno do vidreiro.
Assim sendo, se faz necessário suportar a dor, para depois poder brilhar e encantar...
Pois aquele instrumento musical que encanta e enaltece nossos corações com seus acordes, fora feito da mesma madeira  lavrada pelo ferro. E suas cordas são instrumentadas por dedos muitas vezes mutilados, para que possamos ter a felicidade de ouvir a música extraida da dor.

Quando fico introspectiva, percebo que aquilo que me deu alegria,  me fez triste um dia.
Seria então a alegria maior que a tristeza?
Não, a tristeza é maior!
Poís sou triste! - Carrego um pesar dentro de mim,  sendo eu muitas vezes  incapaz de suportar.
Não consigo entender esse tempo que delimita a alegria da tristeza, nem se o amor é cúmplice dessa oscilação.  Seria então o  ontem  apenas a memória do hoje, e o hoje  o sonho do amanhã?
Séria possível o amor, para quem ficou aprisionado no ontem e perdeu a capacidade de sonhar?

Sonho em poder amar sem limites, embora saiba que o amor se faz na entrega e ainda não fui capaz de me  entregar, vivo uma independência mascarada,  porque o amor nos faz refém dessa felicidade compartilhada, ao mesmo tempo que nos remete uma tristeza desnecessariamente cruel.

A felicidade é indivisível e descompassada como o tempo da tristeza, mas se eu dividir o tempo da tristeza e da felicidade como as estações do ano, terei a cor e perfume da felicidade nas flores da primavera, a tristeza insuportável com o calor do verão, novamente a felicidade  renovada pela natureza no outono e novamente a tristeza fria na intensidade do inverno.

Nossos sentimentos nos pertencem, nada, nem ninguém é capaz de tirar nossa capacidade de amar e ser feliz se essa for o nosso desejo.
Eu não fui... sufoquei dentro de mim o meu amor. Sofrimento, angustia, dor e solidão...
Não posso dizer que é só o que resta... Quero ter a coragem de amar e seguir em frente...
E que eu hoje abrace o passado com nostalgia e futuro com expectativa de felicidade.









2 comentários:

Mariana Lyra disse...

Nossa, que texto triste. Eu nao acho que a tristeza seja maior que a alegria nunca! A alegria e felicidade estao nas pequenas coisas, nos pequenos detalhes que as vezes deixamos passar despercebidos.
Como disse Mario Quintana, "Faca o que for necessario para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade..."

Beijos!!
saudades

Unknown disse...

- É PRECISO ESCURECER PARA VER MELHOR AS ESTRELAS!!!

DYDHA LYRA