quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

RECEITAS DE CUPCAKES


                                             
Os cupcakes são pequenos bolinhos de origem Americana que ultimamente tem sido muito usados nas festas, independênte do tema.
Esta postagem foi muito solicitada porque tenho feito algumas descobertas com relação as receitas. Por serem muito práticos, minhas sobrinhas levam de São Paulo para o Nordeste e suas amigas, outras sobrinhas e minhas amigas, tem pedido as receitas.



INGREDIENTES:

3 xícaras de açúcar
3 ovos
1 xícara de óleo
1 xícara de leite
Bate bem no liquidificador

3 xícaras de farinha de trigo
1 colher de sopa rasa de fermento.

Variações:
De chocolate, acrescente uma xícara de chocolate dissolvido em água.
No branco acrescente uma colher de sobremesa de baunilha.
De nozes, bata uma xícara de nozes do processador .
Cenoura, bata três cenouras pequenas junto com os ingredientes no liquidificador, sem o leite.
Chocolate com nozes também tem muita aceitação.

Asse em forminhas ou bandejas  próprias para cupcakes e coloque uma forminha de papel na cor preferida.
A cobertura pode ser de pasta americana, glacê real como esta que usei nos de natal, ou um glacê mais mole que você pode usar com saco de confeitar e colocar com confeites prateados, agora para Ano Novo.

COBERTURA
500 gm de gordura vegetal hidrogenada
1 kg de açúcar de confeiteiro
1 lata de leite condensado em fio na batedeira.

É SÓ BATER TUDO NA BATEDEIRA. COLOCAR NO SACO DE CONFEITAR E ARRASAR!



                                 
ESTE ANO FIZ ESTES CUPCAKES DECORADOS COM MOTIVOS NATALINOS, EMBALEI E
LEVEI DE PRESENTE PARA O PESSOAL DO TRABALHO ELES ADORARAM O MIMO, TODOS GOSTAM QUANDO É VOCÊ QUE FAZ.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

UM BRINDE AO ANO NOVO


No Nordeste, na virada do ano novo a comemoração tem sempre  um ar mas tropical. Mas aqui em SP, no RJ e em outras Capitais Brasileiras a queima de fogos de artifícios são um verdadeiro espetáculo e convidam para uma comemoração maior  com a presença da família e queridos dos amigos.
Trago para vocês algumas dicas de uns drinks práticos, mas muito elegante.


                     

Sabemos que os espumantes são muito bem aceitos, mas que tal deixar essa opção para estourar na contagem regressiva e servir uns drinkes maravilhosos e surpreendentes, acima algumas sugestões  magníficas e deliciosas todas feitas com prosecco.
Detalhe: Se não tiver copos apropriados e que dão um charme a mais nos drinks, que tal alugar! Mas não deixe para a última hora.

                                                                                                
50 ml. de vodca, 15 ml de licor limoncello, 25 ml de framboesas, 1 colher de sopa de polpa de maracujá, 1 colher de sopa de açúcar e bastante gelo.                                                                                                                                  
                                         

  Caipirosca de frutas vermelhas: 50 ml de vodca, 50 ml de frutas vermelhas, 2 colheres de sopa de açúcar.

domingo, 26 de dezembro de 2010

PAPAI NOEL EXISTE SIM!




Tantas vezes adormeci por exaustão na noite de natal esperando o Papai Noel... por tantos anos acreditei que ele viria trazer meu presente pessoalmente e quantas vezes até imaginei meu pai fantasiado de Papai Noel colocando o presente no meu sapato, quase no mesmo momento em que eu abria os olhos e o via ele fazendo sinal de silêncio, claro!  Se eu acordasse à todos não haveria mas um pacto de confiança entre nós dois. Eu sabia guardar segredo!
Tenho algumas  memórias que confirmam o fato do Papai Noel existir.
Uma vez em Ilhéus fizemos uma roupa de Papai Noel para tia Leda usar na noite de Natal. Nelsinho meu sobrinho devia ter uns 3 anos e seu sonho  era conhecer  o Papai Noel, estavamos todos na sala, tia Leda já fantasiada tocou a campainha, nós pedimos para ele abrir a porta. Foi uma das maiores emoções infantis que pude assistir, ele ofereceu a mão tremula e levou o Papai Noel até a árvore.
Outra vez nós estávamos no famoso natal da família em casa de tio Gilberto, Alvinho meu filho tinha também uns três anos e Arnaldo se vestiu de Papai Noel,  ele  ficou tão feliz por ver um papai noel de  verdade que não saiu do colo dele a noite inteira por medo que ele fosse embora,  inesquecível, emocionou à todos.
A última vez também foi em Maceió,  Guilherme meu sobrinho estavamos na casa de Beto, meu irmão que mora  num condomínio onde tem um campeonato da decoração Natalina.  Ele chegou com seu pai Dudui e quando começou escurecer fomos nós três dar uma volta,  ele ficou tão emocionado, tinha Papai Noel por todos os lados :  subindo pela escada, sentados no telhado, escalando parede, descendo de  para-quedas, sentados no trenó.... Ele estava sentado no meu colo e eu podia sentir seu coração disparado, como os de Nelsinho  e Alvinho.

Diante disso, como posso dizer que Papai Noel não existe. Existe sim! 
Vejam a seguir se não tenho razão:

Em São Paulo este ano casa do Papai e  Mamãe Noel, está sendo representada com uma riqueza de detalhes impressionante na Av. Paulista, para felicidade da criançada que tem até dificuldade em chegar perto, tamanha a multidão que os visita todos os dias.
No Brasil a residência com endereço oficial do Papai Noel é na Cidade Canela no RS. Onde  a casa é aberta para visitação e a fábrica, um pequeno museu, começa com um percurso onde o Papai Noel em tamanho real, recomeça suas atividades na fabricação dos brinquedos ainda no mês de Janeiro e vamos acompanhando mês à mês até encontrarmos com ele já no mês de Dezembro sentado em seu trono, recebendo as crianças no colo e ouvindo seus pedidos.
Na cultura ocidental ele é considerado apenas uma lenda.
Já na cultura Americana, ele existe e mora no Polo Norte.
Os Britânicos dizem que ele reside nas montanhas de korvatunturi na  Finlândia com sua esposa Mamãe Noel, incontáveis elfos mágicos que fazem os brinquedos na fábrica e oito ou nove renas voadoras.
Na Europa, dizem que elemora na Lapônia, mais propriamente na Cidade de Rovaniemi, onde de fato existe um escritório conhecido como "Santa Park" que tem inclusive um endereço oficial.
Enfim, se eu continuar pesquisando vou encontrar Papai Noel no mundo todo, sabemos que o motivo deles existirem é a renovação, as crianças de antes, são os pais do agora, que seram avós do depois.

                  ASSIM SENDO, PAPAI  NOEL EXISTE SIM!

O ciclo da vida não para!
         



                                                                                                         

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O PRESÉPIO DA MENINA ROSÁRIO

                          
                                                                 
Quem disse que Natal é só festa, presentes, luzes, cores, sabores.  - Quem sabe como surgiu a primeira árvore de natal, de quem foi a ideia de arrumar um lugar tão longe para o papai noel morar e onde foi montado o primeiro presépio. - Certamente não importa porque se alguém quiser saber, tem como saber, mas hoje parei para pensar nisso. Movida por essa curiosidade que me inquieta, atormenta e alimenta.
Por esses dias fui comprar um presépio para minha amiga Elisa. Entrei numa loja que para minha surpresa tinha uma variedade enorme!  Fiquei ali parada em frente a vitrine, agradeci a ajuda do vendedor naquele primeiro momento, ele certamente não entenderia que se tratava de um resgate de infância, que há muito ficou para trás, mas que devido a sua riqueza  cultural, teima  aflorar nos momentos mais despretendidos. Fui remetida imediatamente à casa de vovó Lica, pois foi lá, que ainda muito menina conheci um presépio, eu adorava estar junto quando ela estava arrumando, coisa que não acontecia com muita frequência porque ela não gostava de arrumar com crianças por perto, ainda mais quando essa criança era curiosa como eu e que ficava perguntando: Porque eles estão nesta estrebaria.. Mas porque tem essa estrela e como é o nome dela... Porque tem esses carneirinhos... Porque esses Reis são diferentes...Porque essa planta  se eles estão no deserto e a água. - Essas curiosidades de criança, que só entendi quando fui mãe. Né Mari? - Minha filha, a Mariana era muito perguntadeira, rs.
Enfim, agora eu estava diante de vários presépios na loja, mas aquele que mais parecia com o da  menina Rosário, estava bem ali, minha demora diante dele não significava dúvida em relação a escolha, porque ele já tinha me escolhido, eu agora era refen de um cenário totalmente conhecido.
Voltar no tempo! Viver emoções que ficaram guardadas em alguma gavetinha, mas que agora se abre e as peças saem diante dos meus olhos, como num passe de mágica. Pensei estar mesmo sonhando e desviei o olhar para as demais peças que se aglutinavam na vitrine, vários eram os tamanhos, diversos os materiais com os quais foram feitos, mas não era isso que procurava, minha busca era pela realidade do momento.
Então me dei conta: Eu cresci!  Estou comprando a realidade, os sonhos ficaram apenas dentro de mim. - Mas o entendimento da simbologia era o mesmo, estava preservado.
Procurei o vendedor com os olhos, ele se aproximou, perguntei o preço de vários para comparar custo benefício e comprei.
A noite quando o recebeu, Elisa me ligou dizendo: Rosário, você me surpreendeu! - Me remeteu à Sicília na época do natal e emocionada começou relatar suas memórias de infância vividas lá. Me fez dizer a disposição das peças, tentamos lembrar o nome dos Reis Magos e falou do pé de majeriquinha e do musgo fresco com os quais sua mãe decorava o cenário e imediatamente lembrei que vovó também fazia a mesma coisa com um pequeno pé de laranjeira, só que colocava umas pipocas nos espinhos que pareciam flores. Enfim ,nossas emoções afloraram e chorei muito quando desliguei. Fui dormir com um questionamento: Existia jardim no cenário real ou a manjedoura ficava no meio do nada?
Mas o fato é que hoje indo ao trabalho vi dois presépios e para minha inquietação existe um jardim, e como não questionar o fato de ter pé de majeriquinha, pé de laranjeira com ou sem flores, jardim com grama fresca, musgo fresco e até um rio feito de espelho com areia nas margens e uma ponte com um dos Reis Magos atravessando!
O que vale mesmo é liberdade de expressão, dona Lica inovou no presépio dela, ele realmente era diferente de todos daquela época, mas era o dela! - Gostaria de lembrar que ela não era ignorante, em matéria religião, ela sabia tudo de có e salteado. Vovó passava tardes inteiras lendo trechos da bíblia para ela no alpendre do jardim. - Foi ali que ela aprendeu a simbologia do presépio. - Mas como sempre, fez valer suas vontades. - Era uma mulher admiravél e certamente trouxe este presépio de Portugal ou herdou de vovó Fina sua mãe. Isso não importa agora.

                  

domingo, 12 de dezembro de 2010

DOCES DICAS PARA SUA MESA DE NATAL

                                    
                        

O Natal é uma das festas mais tradicionais, E é no Natal que reunimos a família quase em sua totalidade,  Não importa o quanto atarefados, cansados, stressados ou mesmo tristes. Nesta época a magia nos invade e tudo o que importa é celebrar o Natal.



  
    PANETONES  FICAM UM CHARME SE VOCÊ DECORAR


Sabemos que a tradição manda assar um belo  Peru de Natal, mas quando temos uma alma cigana como a minha, descobrimos que isso muda de acordo com a família e local onde estamos.
Eu sempre gostei de inovar, fazendo umas sobremesas bonitas e gostosas e caprichando na arrumação da mesa, com encantamento e arte, capricho nos detalhes da apresentação, afinal é Natal.

                           
                MOUSSE DE CHOCOLATE E FRUTAS VERMELHAS

Além dos famosos cupcakes uma novidade para nós Brasileiros, mas que está sendo muito bem aceito por sua praticidade na hora de servir. Fiz esses de chocolate e nozes com cobertura de coco ralado para dar uma ideia de neve, decorei com jujubas  ficaram umas gracinhas  e como estava com visitas foi maravilhoso porque fizeram sucesso ao vivo para Noemi e Beatriz que vieram me curtir um pouco. A proveito para deixar rolar minha de nostalgia.  Como é bom matar a saudade da família!


  







VEJAM QUE TEMOS ÁRVORES, FOLHAS, FLORES E AS BOLAS DE NATAL!

Para fazer arte com jujubas, polvilhe uma superfície com açúcar e abra com o rolo de macarrão, vá colocando açúcar para não grudar, depois corte com uma pequena faca e cortadores de biscoitos, no formato que você quiser, ficam lindos!!!

Amigos, este ano meu Natal vai ser em São Paulo na casa dos meus queridíssimos amigos Elisa e Yves e demais membros da família.
Vou levar duas sobremesas,  Profiterolles recheados com sorvete de creme e calda quente de chocolate. Rocambole de chocolate com recheio de frutas vermelhas marinadas no cointreau e cobertura de chantilly  que eu mesma farei, delícia! Não vejo a hora...



                                

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

DICAS DE DECORAÇÃO PARA MESA NATAL

Dia 08 de Dezembro dia Oficial de montar a Árvore de Natal, essa é a tradição e lembra infância.


Quando casamos, formamos nossa própria família e se por ventura um dia isso mudar, por mais que exista um esforço enorme de ambos os lados a casa da nossa Mãe é a casa da nossa Mãe!
Muito bem, eu não monto minha própria árvore de natal há 20 anos.  Nos 3 últimos não montei nem a da família, como sempre fiz, mas  aprendi ser feliz no Natal, mesmo sozinha.
Precisei acima de tudo ser prática, adoro receber e  de aproveitar a festa, dar mais atenção aos convidados.

                                                                 
Ideia prática e charmosa

Vá a uma loja de 1,99 e compra vários papai noel  diferentes ou faz como eu, aproveita os que já tem em casa. Compre uma boa cola, pegue em casa umas caixinhas de fósforo,  estrangulador de vinho, fitas e rolhas que pode já ter sido usadas, não tem problema algum. O importante é ser criativa, veja as dicas:


Cole uma rolha em cada papai noel sem as pernas, será muito prático para conservar os vinhos que sobrarem para o almoço do dia seguinte.


Cole caixinhas de fósforo revestidas nas costas do papai noel, vira um paliteiro! uma praticidade para os convidados se servirem dos petiscos, coloque em lugares extratégicos assim você  aproveita a festa .


Você  reveste o estrangulador com fita e cola o papai noel, fica charmoso e você também pode usar nos guardanapos ou nos vinhos que der de presente. Sei esquecer que, se fizer uns 4 não terá a toalha da mesa manchada de vinho tinto. rs...


Os cupcakes  ficam mais bonitos com o boneco de neve porque eles são a preferência da garotada, faça vários e disponha numa bandeja de três andares. Deixe  para os convidados levarem de lembrança.
Panetone caseiro é uma ótima ideia de decoração e praticidade. Se você não encontrar  compre pronto, ou compre  uma pasta americana pronta, algumas anilinas e confeitos com temas natalinos seus panetones vão arrasar!



Agora fico devendo a montagem da mesa, preparem velas pequenas  vermelhas e verde, guardanapos natalinos, fitas douradas, bolas, muitos copinhos para mouse ou brigadeiro de copo, pequenas taças e etc...






domingo, 5 de dezembro de 2010

O MEU PASTORIL NATALINO

                                               

                                               
Hoje acordei com uma sauudaade de Maceió!
Esta semana os comentários do Blog foram pura nostalgia, minhas memórias, dentre outras, foram as brincadeiras de infância. Ontem a noite fui a uma confraternização em casa de amigos, lá estavam presentes alguns Europeus que logo se aproximaram para dividir conosco o saudosismo das brincadeiras de infância, que só mudam de nome, mas são as mesmas. Só para dar um exemplo: Quando o assunto foi a amerelinha, os Franceses se orgulham de lá ser o berço e demoninação da brincadeira, que já em Portugal é chamada de Macaca, aqui no Brasil é Academia ou Avião,depende da Região.
Há,  por incrível que pareça uma pessoas citou a ( corre, corre, Lucuxia)! - Brincadeira que não coloquei na postagem e fui cobrada por um Alagoano, muito ilustre. Meu amigo e escritor Artur Justo.
Engraçado que ultimamente tenho me sentido mais moderna, Blogueira, mais intima do computador, informatizada, cibernética. Só que sou insatisfeita,  sempre estou querendo mais.
Hoje eu gostaria de puder levar para vocês atravez do computador o som de uma das músicas folclóricas, do pastoril,  mas  infelizmente no Blog não dá é muita coisa. Assim como também não consigo levar o cheiro das receitas. - Mas para memórias, creio que a discrição e a letra em resumo já está de bom tamanho.
Comemorávamos as festas Natalinas primeiro em casa e depois com uma festa de rua que começa em frente da Igreja com uma missa campal, chamada de Missa do Galo e em frente um Parque de diversões com direito a todas aquelas guloseimas e  brincadeiras. Como eu tinha medo de tudo, fugia para o fim da rua
porque eu  gostava mesmo era de assistir as apresentações dos folguedos folclóricos, feitas em palanques.  Os artistas vinham dos sítios, da periferia da cidade ou de Escolas como a do professor e Folclorista Pedro Teixeira por exemplo: Reizado, Chegança, Mazuca, Guerreiro e etc. Tudo muito alegre, colorido e brilhante.
Mas o pastoril  eram  as meninas de nossa cidade  que dançavam.                                       
O Pastoril a meu ver era a mais Natalina de todas, como não consegui uma boa foto, descrevo para vocês:
Primeiro era feita a formação do grupo onde eram escolhidas as pastorinhas que deveriam ter um tipo físico bem semelhante e assim formavam pares, sendo seis de cada lado arrumadas da maior para menor.
O Pastoril é dividido por dois partidos, o azul e o Encarnado(Vermelho), a Diana ,que fica na frente entre as mestras, e tem seu traje dividido na vertical em duas cores, um lado  azul e outro encarnado.
O Menino vestido de pastor com seu cajado fica no fundo ao lado do Anjo Gabriel e da borboleta, que tem que ser bem pequena, com meias, sapatilhas e collant verde, arco na cabeça com antenas e asas transparentes e bordadas em lantejoulas, linda!
A roupas das pastoras é um colete preto de veludo, bordado em pedrarias, com decote abaixo do busto, blusa branca de mangas bem fofas, com bico bordado e fita em entremeio dando belos laços no decote e nas mangas, uma saia bem rodada, igualmente bordada e com muitas saietas engomadas por baixo para dar armação,uma calça fofa de riquifife ou bunda rica, que era chamada assim por causa das várias camadas de bico franzido apregadas na parte traz e elástico com bico e laço de fita nas pernas, como um shorts, na cabeça uma guirlanda de flores disposta sobre a aba do chapéu e fitas caídas, nas mãos um pandeiros pequeno todo enfeitado de fitas, com o qual elas fazem a marcação das musicas. - Eu faço questão de falar da riqueza de detalhes e perfeição das fantasias, porque era tudo feito artesanalmente, tudo!
Agora, imaginem um palco, todo decorado, com duas filas de meninas lindas, fantasiadas impecavelmente, cantando baixinho e apenas se movimentando levemente em pequenos passos para frente e para traz,  as saias balançando junto com as fitas  e por causas a armação das saietas. Em movimentos sincronizados batem levemente os pandeirinhos nas mãos, a enorme plateia em silêncio e de repente, as luzes se acendem!
O mestre é o Pastor, dado o sinal  elas começam a apresentação, dançando e cantando:
Boa noite meus senhores todos,
Boa noite senhoras também,
Nós somos todas, pastorinhas belas,
Que alegremente vimos de Belém.
Com um passo á frente a Mestra se apresenta cantando:
Eu sou mestra do cordão azul...
Em seguida com outro passo a frente a outra  Mestra,
Eu sou a mestra do cordão encarnado...
Aí todas juntas cantam em um outro rítimo, outra música:
Borboleta pequenina saia fora do quintal,
Venha ver quanta alegria,
Hoje é noite de natal.
E lá de traz, saltitante e sorridente a borboleta, com pequeno bastão na mão, cantando:
Eu sou uma borboleta, pequenina e feiticeira,
Vivo no meio das flores,
Procurando quem me queira.
Começa então a apresentação individual, quando cada pastora  termina voltava e a fila vai se invertendo e ao tempo em que as apresentações são  feitas, a plateia avalia e  aprega com alfinetes as notas de dinheiro nas roupas de acordo com cor de seu partido. Terminando as apresentações  todas  dão uma volta no palco, com uma mão erguida  balançando os pandeirinhos e outra na cintura.
Não é preciso dizer que a essa altura a cidade inteira estava envolvida nesta competição, a comoção era total! - Mas quem era azul, era azul. Quem era encarnado, encarnado. Uma competição acirrada.
As apresentações começavam na véspera de Natal e se encerravam dia seis de Janeiro,dia de Reis, nesse período o partido que arrecadasse mais, era o vencedor. Sendo coroado por um ano inteiro.
Eu sempre fui do azul mas nunca dancei, ( Não sei se porque era muito alta e muito magra ou porque não tinha um par, só sei que nunca superei isso). Já minhas irmãs Noemi e Socorro dançavam todo ano e nós não mudávamos de partido por nada, o ruim era perder e ser provocada o ano inteiro.
Nessa brincadeira perdiámos a noção do tempo, voltávamos para casa com algumas  prendas que ganhávamos nossos jogos. As meninas com as fantasias nas mãos e os menores dormindo no colo.
Vencidos pelo cansaço, não conseguíamos ver a chegada do Papai Noel. Os presentes amanheciam em nossos sapatos, novos, mas todo amarrotados de tanto correr e brincar.
Nós não precisávamos de muita coisa para sermos felizes, o bem maior era a magia do Natal, o encontro, a confraternização. Se já existia o stress de hoje eu não lembro, o que não esqueço é que fomos muito alegres, se meu conceito de felicidade mudou foi por que cresci, fiquei adulta, minha vida tomou seu curso natural, como um rio que nasce. Se estou longe ou perto não tem importância, se por um lado me falta presença, me sobra riqueza de conhecimento e beleza, afinal de contas estou em São Paulo. Se meu sentimento hoje não é apenas de nostalgia é porque não pulei etapas na vida. Hoje me sinto rica por ter essas Memórias!
E o melhor é ter vocês para compartilhar, como disse Socorrinho esse Blog serviu para encurtar distancias.

domingo, 28 de novembro de 2010

SE ESSA RUA FOSSE MINHA, EU MANDAVA LADRILHAR!



BRINCADEIRAS ANTIGAS
Nesta rua  ainda criança, aprendi brincando, dividindo, esperando, perdendo ou ganhando. Foi nela que  aprende  brincar de pega, de bicho, batatinha frita: um, dois, três, de esconde esconde, casamento oculto, passa anel, de pêra, uva, maçã, de berlinda, curri-curri, pinga-fogo, mandraque,foi onde jogue pedras, brinquei de machado corta, escravo de jó, pinica rainha, joguei ludo e pega vareta.
Joguei volei, queimado, chimbra, lixado, pulei academia (Jogo de Amarelinha), pulei corda, elástico.
Fiz maloqueiragem, tomei banho de chuva, subi em árvore e roubei fruta, peguei tanajura, tive minha casinha de boneca, briguei, apanhei, não bati e chorei, corri e cheguei, fugi e voltei porque ali eu era feliz, através daquelas travessuras eu cresci. Só um pouco, mas com as brincadeiras de infância muito aprendi.

Foi ali que meu primeiro bilhete de amor eu recebi, fui ao encontro e apenas na mão eu peguei , prendi a respiração de tanta emoção,dei meu primeiro beijo e guardei pra sempre no coração.
Mas tarde aprendi andar de bicicleta e  dirigir, tirar o carro escondido da garagem sair empurrando e depois fazer pegando no tranco  ladeira  abaixo eu dessa aventura nunca esquecerei.
Na esquina embaixo do poste e da janela do quarto deles,  fizemos muitas serenatas em noites de lua cheia, apesar de cansado e precisando dormir papai permitia, também  ficávamos até tarde sentados nessa mesma calçada com nossos  amigos em noites sem energia. Debaixo dos olhos dele tudo podia.
Tínhamos que dormir às 09:00 hs  quando o último trem passava. Uma vez  o trem atrasou e foi um desastre: Ficamos 30 dias de castigo. Aliás, tudo era motivo de castigo, desde passar o dia sentado, ficar três meses sem sair e até um ano sem ir ao cinema!
Já mamãe dava palmadas na bunda quando o banho virava bagunça e uns bons puxões de orelha quando desobedeciamos ou não fazíamos a lição. Além de esfolar nossos pescoços com bucha para tirar o grude.
Mas ao mesmo tempo eles  faziam  tudo que tivesse ao seu alcance para nos manter em casa. Sendo ele com austeridade e mamãe com psicologia, os amigos e primos  viviam lá em casa, participavam até dos castigos. Em solidariedade eu acho, mas diziam que era por respeito a papai.
Mamãe fazia roupa para as bonecas, lia livros ilustrados, fazia lanches deliciosos e aconchegantes.
Papai era mais contido, mesmo assim pedia ao relojoeiro para guardar os vidros arranhados que trocava dos relógios que depois de colados  escudos serviam para formar times de futebol de botão, ele comprou um quadro verde, mandou Napoleão fazer dois cavaletes e ali desenhamos e pintamos um campo de futebol, ele fez a assinatura da revista Placar e nela vinham os escudos dos times. Fez um campeonato que tinha até tabela dos jogos, feita pelos meninos com sua ajuda. - Quando os meninos cresceram um pouco mais ele os levava  ao campo de futebol aos domingos. Papai sempre incentivou o esporte.
Para nós meninas ele fez assinatura da revista Nosso Amiguinho, era semanal eu acho, só lembro que ficávamos esperando o carteiro, era uma delícia abrir a revista nova, eu gostava até do cheiro, nela tinha palavra cruzada, jogo dos sete erros, caça palavras, um pouco de história geral, poesias...
Depois vieram os gibis, Galego da banca trocava se não estivesse amarrotado ou íamos trocando com os amigos até ler todos. E foi assim também com as revistas.
Meu pai adorava futebol. Na copa do Mundo de 1970 no México, ainda assistimos aos jogos pelo rádio mas a casa ficava cheia. Ele sempre ao pé do rádio se informando de tudo que acontecia no País.
Sabem que até hoje tenho uma ligação com o rádio, adoro estar no carro e ouvir a hora do Brasil, acho que me remete à infância! 
Hoje pouco danço, coisa que falo com nostálgia. Minha alegria era explicitas nas festas e bailes.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

MINHA RECEITA DE SALADA ÁRABE

Amigos,

Esta salada muito especifica é ideal para acompanhar minha receita de carneiro com batata doce, muito famosa e que postarei em breve. - Mas fica maravilhosa também com carré de carneiro na brasa ou até mesmo o pernil de carneiro assado.



INGREDIENTES



2 maços de hortelã
3 tomates maduros ou tomates cereja
1 pepino japones cortado bem fininho
1 limão siciliano
Azeite de oliva a gosto
3 pães árabe
Asse o pão um pouco no forno e deixe esfriar, quebre e faça croutons.

Tire as folhas da hortelã junte os demais ingredientes, menos os croutons de pão árabe que deve ser adicionado na hora de servir, a salada deve ser servida já temperada com uma pitada de sal, o suco do limão siciliano e o azeite.


            EM DIA DE FESTA CAPRICHE NA APRESENTAÇÃO










quarta-feira, 17 de novembro de 2010

TUDO NA VIDA TEM UM PROPÓSITO

Muitos, muitas vezes me perguntaram o que move um vendedor, mas foi a primeira vez que me fizeram essas perguntas: - Quando você descobriu sua vocação...  Como desenvolveu esse talento para área Comercial...
Porque você vende seus produtos com tanta facilidade e elabora seus argumentos com tamanha convicção.
Eu nunca tinha parado para fazer essa análise, acho que nasci assim. - Mas posso ter precisado ser assim! - Na verdade eu gosto mesmo é de ser assim! - Sou mais feliz assim!  -  Não me vejo fazendo trabalho burocrático.
Será que estou certa, vamos juntos então para mais uma aventura dessa pequena Fénix atrevida!
Eu já estava com minha postagem pronta, como podem perceber não publiquei nada na semana passada. Não consegui fugir da inquietação gerada pelas perguntas, as memórias eram da época em que tinha 11 anos. E a postagem relatava essa aventura, a pergunta veio à calhar e agora tudo começa fazer sentido, era um outro ressurgir. Lógico, quase morri quando meus pais decidiram que eu ia estudar em Maceió. Na véspera da viagem fui dormir desejando que o dia não amanhece, ou que eu não acordasse, ou que o trem não chegasse, ou que quebrasse na estação e não seguisse viagem, ou, ou, ou...
Era madrugada  ainda estava escuro e silencioso, mamãe me acordou para  viajar, a bagagem já estava arrumada e depois disso lembroque estava na Estação Ferroviária de posse de minha pequena maleta, amedrontada com o fato de ter que embarcar sozinha, eu era tão menina, tão insegura e medrosa. Sinceramente, eu não queria ir, mas ao mesmo tempo sentia uma curiosidade por ir, só não entendia o porque daquela angustia, afinal eu tinha que ir, fomos educados para obedecer nossos pais, criança não fazia o que queria. Eu já sabia disso. E porque eu era assim, e  aquele choro intenso e constante que me perseguia nos momentos de aflição, seria medo simplesmente, fuga,dor, sensação de fracasso, como saber. Eu era apenas uma menina chorona.
Piiiiiiiiiuuuuuuuuí o apito do trem me assustou, meu coração disparou, agora não tinha jeito, embarcar nele era a realidade, a essa altura mamãe já tinha encontrado duas amigas  que me fizeram companhia durante a viagem, na qual passei muito mal. Mas após 6 longas horas balançando no trem e ouvindo aquele ta tac ta tac, ta tac ta tac, cheguei na Estação de Maceió e para meu alívio, logo localizei Gilbertinho em meio a multidão, meu primo que viera me buscar. Então chorei de alívio. Segurei sua mão e seguimos no contra fluxo das pessoas que iriam embarcar. Com dificuldade por causa da bagagem, mas conseguimos sair dali e finalmente eu pensei com meus botões: Estou em Maceió.
Foi a primeira vez que andei em um onibus urbano, tendo assim uma visão privilegiada da cidade, logo na primeira curva avistei a orla, era a praia da avenida, um mar de águas calmas com o Caís do Porto ao fundo, na segunda grande curva, a praia de pajuçara, cheia de coqueiros, com muitas jangadas de pescadores  com suas velas brancas tremulando ao vento, que a meu ver eram de diversos tamanhos e só estavam em distancias diferentes, mas  mesmo assim compunham um belo cenário . Difusas, naquele movimento constante das pequenas ondas do mar formadas pelo vento, eu as via através de uma linha  distante que  unia o céu ao mar. - O mar! -  O mar de  Maceió sempre foi muito bonito! E eu naquele momento sentada na janela o vento acariciando meu rosto, sentindo o cheiro do mar,  o frescor da manhã, fazia uma outra viagem.
Quando chegamos em casa eu já parecia outra pessoa, tão feliz de rever minhas primas e elas tão felizes por me receber. Logo corremos para o quarto, para contar as novidades. Só quando todos dormiram é que chorei de desespero, medo e saudade.
No dia seguinte, comecei  prestar atenção em como a vida  funcionava de forma diferente ali. O rítimo era outro, as pessoas mais bonitas, tudo parecia maior do que realmente era, as distâncias começavam a ser descobertas por mim, porque até então, meu universo era muito restrito.Fui fazer minha matricula na escola , fui a centro da Cidade com meus tios tirar minha carteira de identidade, conheci a Praça da Assembleia, a Catedral, O Palácio do Governo e tio Gilberto nos levou no mirante do farol. Depoís voltamos pela ladeira da rodoviária, beirando o riacho Salgadinho.
Eu agora estudava na mesma Escola que Neide e tio Gilberto nos dava uma carona na ida ao trabalho, voltávamos ao final da tarde caminhando e conversando. A noite minha Tia que dava aulas de corte e costura, cabeleireiro e flores em tecido, na Escola das Senhoras de Caridade da Paróquia de São Pedro e que para ter companhia na volta nos levava junto, eu e Isabel Cristina. Aproveitavamos para aprender também, fiquei fascinada com modo de fazer moldes sobe medida, comecei prestar mais atenção e depois a fazer os meus, ali entre as alunas, sem que minha tia se desse conta.
Uns dois meses depois que eu estava naquele ambiente onde tudoarte fui me empolgando. Era um atelié de alta costura, Fátima e Verinha já costuravam muito bem. Tia Teté além de trabalhar como Professora em tempo integral,  ainda fazia a roupas das mulheres mais chiques de Maceió, principalmente quando iam viajar para a Europa e EUA, quantos sobretudo de dupla face eu à vi  fazer. E os vestidos de gala longos bordados, e os de noiva!! - Era inacreditável o talento dela, eu contagiada por apela atmosfera onde tudo era arte começei me sentir capaz de fazer também. E num sábado enquanto todos faziam a cesta,  peguei uns retalhos e fiz uma blusa sozinha. Quando acordou minha tia disse: Ouvi o motor da máquina, quem estava costurando, eu com uma voz sumida disse: Fui eu, e mostrei a blusa, ela disse que a costura dupla de pesponto não era feita daquela maneira e eu desmanchei e refiz, e nunca mais esqueci a lição, temos que tentar, apredemos com os erros. Assim aprendi costurar e minha próxima obra foi um biquine azul marinho, de tecido estampado com flores bem miúdas lindo. E depoís fiz uma calça que devia ser comprida, mas como o tecido não deu, ela ficou capri. Todo mundo quis fazer uma igual, mamãe disse: Essa menina já está lançando moda! Todos riram.
Num final de semana, após o banho de mar e o almoço  fomos ajudar Tia Teté na confecção de pequenas flores e frutas de tecido para montar um mostruário em forma de álbum, para  as aulas de arte. Depois que acabamos notei que fizemos uma enorme quantidade. Pensei então, e depois do curso o que fazer com todos eles.
Tive a ideia de vender, sem ninguém saber, coloquei alguns numa caixa de sapato e sai tocando as companhias das casas vizinhas, nos morávamos na ponta verde, o bairro mais chique de Maceió, de inícios as madames  achavam bonitinho o fato de eu oferecer e quando falava de quem era sobrinha elas logo me deixavam entrar, como se não bastasse eu ainda ensinava como usar, chegando ao ponto de pedir liçenca para ir até o quarto e compor os caixinhos junto as  roupas, fazendo as combinações.
Fiz várias viagens de ida e volta em casa, no final da tarde tinha vendido tudo. Todas nós ficamos   felizes. Mas como percebi que as clientes tinham roupas mais chiques, sugeri fazermos camélias maiores em cores clássicas de cetim de seda, que colocadas nas golas dos casacos e acompanhadas de um colar de pérolas ficariam perfeitas. As artista logo aceitaram a sugestão, adoravam fazer arte e agora que tinha uma vendedora de talento, gostavam ainda mais. Sabem o que era melhor! Eu já tinha uma lista enorme de encomendas, dos cachos de flores e das tais camélias. Trabalhamos muito para dar conta das encomendas, ficamos com calos nas mãos. Como lembrou tia Teté em nosso último encontro em maio desse ano. Morremos de rir. Acho que aí acendeu um alerta. Voltei pra casa pensando naquele começo.
Eu não sabia, mas aquele atrevimento todo misturado  ao entusiasmo que contagiou todas nos em casa, já era um sinal.  Eu  estou  me dado conta disso agora.
Segui meus estudos, aliás nunca tive problemas na escola,  fui selecionada para jogar voleibol no time da Seleção Alagoana do Iate Clube  e para vencer o medo da água, optei por fazer natação ao invés de educação física na escola. Minha vida mudou para melhor, agora eu tinha muitas tarefas, participava de todas as competições com garra para vencer sempre, havia me libertado opressão da infância, da insegurança, o esporte me ajudou muito, meus professores investiram em mim, começei crescer dentro e fora da quadra. Agora não chorava tanto.
No final daquele ano me formei na Escola de Arte e recebi o diploma  de corte e costura. Em minha foto de formatura estou vestida numa roupa que eu mesma fiz. O modelo: Um atrevemento que causou muita admiração e o que melhor, feito por mim. Um bermudão de xadrez estilizado com barra Italiana e uma blusa de seda azul com bolas brancas com uma gola enviesada que dava grande laço ou apenas passava as pontas e deixava cair como uma gravata. - Quem já se viu combinar bolas com xadez, disseram, mas eu nem liguei, estava me achando linda, era o que importava.
O ano seguinte passou muito rápido, como sempre. Tive que voltar pra casa para dar lugar a minhas irmãs que precisavam ir para Maceió terminar o segundo grau e prestar vestibular.
Voltei para casa e continuei atrevida, como dizia mamãe: Essa meninas é muito astuciosa, eu fazia moldes sobe medida e vendia para as costureiras, cortava o cabelos e costurava para minhas amigas e cobrava por meu trabalho, sem mamãe saber é lógico.
Me candidatava a Rainha de tudo no Ginásio. Rs., Mas foi como Rainha do Carnaval que aos dezessete anos eu me superei, fui a rainha que mais vendeu votos na história da cidade, sou Rainha até hoje, ninguém nunca conseguiu bater meu recorde! -  Como isso aconteceu, eu tinha um objetivo, viajar para conhecer São Paulo era o meu sonho e precisava do dinheiro do Prémio. Porque papai não me deixava ir e para justificar disse não ter dinheiro e eu, consegui o dinheiro. E assim foi. Passei um mês de férias em São Paulo.
Mas minha vida profissional tomou um rumo totalmente inverso ao que eu havia projetado, meu sonho era ser professora, estudei para isso. E agora isso responde a pergunta. Não nascemos nada, nos tornamos alguma coisa   se seguirmos os sinais que vida nos oferece e  se nos especializados naquilo que fazemos de melhor, nos profissionalizamos. Mas ser um bom profissional  requer muita luta, dedicação, coragem, ousadia, intuição e talento e como diz minha mãe: E uma pitadinha de sorte. O que significa: - "Estar no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa".
O sucesso vem por tabela, mas é preciso ter dois pesos e duas medidas. - Como se diz: A vaidade é uma faca de dois gumes e ambição tem limite.

sábado, 6 de novembro de 2010

MINHA RECEITA DE BANANA CARAMELADA COM SORVETE DE CREME

                                   


INGREDIENTES

6 bananas d'água
2 xícaras de açúcar
3 colheres de sopa de água
6 cravos
1 pedaço de canela em pau
6 bolas de sorvete de creme

Coloque o sorvete no freezer para que fique bem firme, faça uma calda com o açúcar e a água, se preciso pingue mais um pouco de água e tome cuidado para não ficar muito escura.
coloque as bananas inteiras, o cravos e a canela, tampe e deixe ferver.

Sirva quente, individualmente com uma bola de sorvete de creme, decore a gosto.

PS. Quando mudamos para a Cidade Nova, nossa vida  mudou também não tínhamos mas o pomar de vovô, as diversas frutas vindas dos sítios Bananeiras de Vovô e Goiabeiras de Papai, ganharam lugares estratégicos na casa  dispostas em balaios, mas a tal da banana era a estrela.
Como mamãe era muito criativa  arrumava sempre uma forma de trocar a roupa da banana, e dependendo do tipo ela servia como lanche da tarde:
A  prata cortada em rodinhas com goibada,
A  da terra frita com açúcar e canela em pó
A banana d'água ou nanica era apenas caramelada e servida fria.

Inspirada em sua criatividade vesti a banana d'água em roupa de gala. Mas conservando os ingredientes,sem perder assim minhas raízes. Servo quente com sorvete e acompanhada de uma taça de vinho porto é sucesso é garantido!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

MINHA RECEITA DE PUDIM DE TAPIOCA


 

PUDIM DE TAPIOCA




INGREDIENTES

1 litro de leite
1 vidro peq. de leite de coco
1 lata de leite condensado
1 pacote de coco ralado
250g de farinha de tapioca
2 xícaras de água
2 xícaras de açúcar

MODO DE FAZER

Coloque a água e o açúcar numa panela e deixe dissolver o açúcar, acrescente o coco ralado e deixe ferver,
misture aos ingredientes, menos o leite condensado.
Deixe descançar um pouco para crescer mexendo uma vez ou outra.
Coloque em uma forma redonda de furo no meio, leve a geladeira de um dia para o outro, desenforme e derrame o leite condensado.

MUITO FÁCIL!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

MINHA RECEITA DE PAELLA DE FRUTOS DO MAR

Parabéns para Raffaela! Parabéns!!!

Lelinha é seu aniversário e tia Rô atendendo seu pedido, passou a receita da famosa Paella de frutos do mar com um toque Nordestino. A receita é minha mas Raffaela e Eliane fizeram bonito!

                                               PAELLA DE FRUTOS DO MAR



INGREDIENTES:

500 ml de Azeite Extra Virgem
05 cebolas, sendo 03 grandes e duas pequenas
08 dentes de alho grandes
03 pimentões sendo um verde, um amarelo e um vermelho.
200g de ervilhas fresca congeladas
05 xícaras de arroz
03 colheres de sopa de açafrão
02 vidros pequenos de leite de coco
02 tabletes de caldo de camarão
300g de mexilhões na concha
600g de polvo
600g de lula em anéis
600g de camarões grandes tipo vila franca com casca
600g de camarões médios do tipo barba roxa  descascados
1 kg de sururu, a versão pequena do mexilhão encontrada no Nordeste. (Pode ser substituído por 300g de mexilhões sem concha).
Sal, pimenta e cheiro verde a gosto

DICAS QUE FAZEM TODA DIFERENÇA

Limpe os camarões grandes, corte a cabeça na altura dos olhos, tempere com sal, alho e azeite.
Limpe e descasque os camarões barba roxa, tempere e reserve.
O polvo e a lula devem ser cozidos em panela de pressão por 30 minutos com um tablete de caldo de camarão e uma cebola peq. cortada ao meio. cozinhe separado senão a lula fica da cor de polvo.
corte o polvo em pedaços de 2 cm e a lula em anéis. Reserve os caldos para o cozimento.
O sururu deve ser limpo e passado em água fervente, tempere com sal e alho
Para o preparo, frite no azeite a cebola e 2 dentes de alho com uma pitada de colorau ou páprica picante, junte o sururu e  mexa até ferver, coloque um pedaço de pimentão verde, um ramo pequeno de cheiro verde e o leite de coco, ferveu novamente está pronto. Reserve.
Coloque os mexilhões em uma panela tampada cozinhe em fogo baixo até as conchas abrirem as que permanecerem fechadas descarte.

MONTAGEM

Para montar esta receita você vai precisar de uma paelleira média e aproximadamente 10 xícaras de caldo, o dobro da quantidade de arroz.
Coloque azeite que cubra todo fundo da paelleira
Frite a cebola cortadinha e o alho, não deixe dourar, coloque o açafrão e o arroz frite mais um pouco, junte os camarões barba roxa e mexa até eles mudarem de cor, adicione um pouco de caldo e mexa bem, mais um pouco de caldo e junte o polvo, a lula, o sururu, a ervilha e metade dos pimentões (reserve a outra metade para decorar). Mas um pouco de caldo e mexa devagar até o arroz ficar cozido. Baixe bem o fogo
Decore com os mexilhões, os camarões grandes e tiras de pimentão, o cheiro verde para finalizar, desligue o fogo e deixe descansar por uns 15 minutos.


Capriche na mesa como Raffaela. Vejam como as taças coloridas deram: UM TOQUE FINAL
E para acompanhar um vinho SAUVIGNON BLANC - Chileno - Minha sugestão: TIERRA ANTICA.

domingo, 17 de outubro de 2010

ESTES LIVROS!

Socorrinho!
Estes livros foram parar na página de fundo do meu blog sem pretensão, mas adivinho sua pergunta.
Eles lembram a pequena biblioteca de vovô Severino.

Meu avô era um intelectual, com um porte de galã.  Alto, forte, feições finas, mãos macias, cheiroso, sempre muito bem barbeado. Vale ressaltar que ele se barbeava duas vezes ao dia.
Vestido impecavelmente em um terno de puro linho branco, colarinho sempre abotoado, mesmo nos dias de calor e para finalizar um belo chapéu de Panamá.
Era Pernambucano, conheceu vovó Noemi na Usina Serra Grande, situada no Município de São José da Lage/AL.
Vovó Noemi é filha do Coronel Feliciano Lyra, um dos donos da Usina Serra Grande, que fora fundada por ele e seus irmãos.
Enfim casados tiveram quatro filhos, meu pai o filho mais velho,e eu mais uma das netas queridas dele.
Vovô Severino era muito educado. Calado, nas horas de folga, estava sempre lendo ou fazendo palavras cruzadas sentado em sua espreguiçadeira preta de couro na biblioteca.
Eu tenho na memória nossas aventuras, com ele andei de trem pela primeira vez. Ele vinha sempre me buscar para passar uns poucos dias das férias em Garanhuns/PE, onde morava e onde mora vovó Noemi até hoje aos 101 anos de idade.
Garanhuns para quem não conhece é uma cidade que fica localizada no agreste de Pernambucano,
diga-se de passagem uma linda cidade de clima é frio, a temperatura mínima beira os 13 graus. Por esse motivo a uns 60 anos atrás ficou conhecida como a Suíça Brasileira.

Ela realmente tem seus encantos, na entrada da cidade logo uma mostra de sua beleza presente nos canteiros e monumentos que de tão bem cuidados mas parece uma miragem para que está em viagem
por uma região de pedras, areia solta e muita macambira. Além de bodes e cabras.
  
                   

A atracão principal sempre foi um lindo relógio de flores  da avenida principal, além de um canteiro central de  flores de vários tipos e cores. Vejam o relógio que funciona até hoje, embora em minhas memórias de criança  já fora mais bonito.

Tendo outras atrações turísticas como o Parque dos Eucaliptos que perfuma toda Cidade e o  luxuoso e requintado Hotel Tavares Correia, antigo Sanatório, antes utilizado como uma estância de repouso onde as pessoas procuravam tratamento do que chamavam na época de estafa, a depressão dos tempos moderno. Além de doenças respiratórias.
Bem próximo do hotel o Parque Euclides Dourado, palco dos famosos Festivais de Inverno que conta até hoje com presença de artista renomados.
E foi com vovô Severino que conheci tudo isso naquela época, ele sempre reservava uma tarde para passearmos pela Cidade. Além de suas belezas naturais, Garanhuns tinha um comércio desenvolvido já naquela época,  em nossos passeios de lotação (Eu, como toda criança, adorava andar de lotação) descíamos até o comercio para ver a Ferreira Costa, Pérola jóias, S Morais, A  Flores de Abril e a Livraria Gouveia de propriedade de Manuelzinho Gouveia, casado com Titia Ivete, irmã de papai e minha Madrinha.
Ela já era uma Executiva naquela época e uma das mulheres mais bonitas e elegantes que conheci. Passávamos na porta do Banco onde ela trabalhava e dávamos tchauzinho, eu saltitante e tagarela, ele se baixava e falava baixinho: Vamos bonequinha falante, vai começar esfriar.
Mas não íamos antes de tomar lanche em uma das várias padarias localizadas na avenida de baixo, onde no final ficava o Parque Pau Pombo. Depois que ele comprava uns biscoitos doces deliciosos e que só se faz lá até hoje.Voltávamos a casa amarela onde eles moravam que tinha um portão de ferro que dava passagem para o jardim, com flores diferentes para mim naquela época, como hortênsias, gerberas, violetas, orquídeas e rosas com pétalas dobradas e aveludadas de várias cores.
Tinha cigarra na porta e vovó só depois de dar  umaespiada atravez do vasculhante, podia abrir.
Na sala um jogo de sofá de couro preto com pés em metal super retro, um abajur de pé com cones coloridos e com furinhos por onde passava a luz dando um efeito lindo, uma tela com duas baianas pintada por titia Ivete. Na outra sala uma mesa redonda de uma fórmica rajadinha com cadeiras alcochoadas que fazia conjunto com um bufê. (Substituto da cristaleira) coisa moderna...
No fundo da sala na frente da cortina a televisão, a primeira que eu vi e que ficava dentro de um móvel de verniz com uma porta sanfonada, com duas caixas de som laterais e pés um pouco altos.
A direita abaixo da janela que abrigava uma família de elefantes de louça frisados de dourado arrumados do maior para o menor com as bundas viradas para a porta de entrada para dar sorte. Lá na casa de mamãe também tem um conjunto desse.
O tal bufê com portas de correr com vidro que acomodava a prataria, um jogo completo de taças e copos de cristal, além de conjuntos de jarras de suco com copos,  travessa de sobremesa com taças e muitas doceiras, compoteiras e licoreiras.
Tudo isso era  novidade para mim, principalmente porque a forma como eles eram dispostos era diferente, encantadora. Acho que herdei dela o dom de decoradora de ambientes.
Na estante junto aos livros de vovô, o telefone preto enorme com disco e muito pesado.
Na cozinha toda rodeada de balcão com janelas de vidro ao fundo, a geladeira (frigidaire) enorme com um puxador de porta em forma de alavanca e um pedal que eu utilizava para abrir porque ainda não alcançava, e o fogão já à gaz (cosmopolita) branco em Ágata com botões em formato de um avião, sendo o do duplo forno vermelho. (Tinha um forno e uma estufa)
Como posso deixar de lembrar vocês que estamos falando dos anos 60. E eu estava vendo quase tudo aquilo pela primeira vez! Não tenho outro registro da casa deles em minhas memórias de uma criança com 6 anos de idade. Era tudo muito fascinante e mágico. Um banho de civilização. Onde nós morávamos ainda não tinha luz elétrica, muito menos antena de repetição para televisão.
Agora passamos da cozinha para segunda sala de jantar que  era usada pelas crianças e vamos ao quintal, logo na saída a esquerda tinha uma estufa onde vovó fazia os enxertos e plantava as mudas daquelas plantas exóticas e esquisitas para mim. Ela seguia dizendo: Essa é renda portuguesa, essa canela de veado, essa antúrio, essa costela de Adão, essa copo de leite e por aí em diante.
Depois da caixa d'água instalada numa estrutura alta de madeira, um enorme pé de abacate com frutos gigantes, mas vovô não nos deixava ficar em baixo. Hoje sei que se um fruto daquele tamanho caísse na cabeça de uma criança, matava. Sem exageros!
E quando virávamos para o lado direito da calçada: O parreiral! Pelo fato do clima ajudar, vovó plantava uvas no quintal, outra novidade para nós, podíamos alcançar alguns poucos cachos se ficássemos na ponta do pé.  Depois do pé de goiaba, uma pequena horta, mais jardim no corredor dos fundos e em frente a garagem e a oficina de vovô, onde eu passava as manhãs, ajudando e conversando com ele enquanto Guida arrumava a casa e vovó fazia o almoço, ela cozinhava muito bem, desde os pratos mais finos e bem elaborados, ao simples feijão com arroz, todos tecem elogios a comida dela até hoje. Sem falar que nunca comi um picles melhor que o dela. E o pastel de carne! A tapioca quentinha no café da manhã, além de bolos, biscoitos e geleias caseiras. Hummm!
A tarde eu tinha aula de crôche e bordado em ponto de cruz com vovó, ela fazendo colchas e mais colchas, toalhas de banquete,  jogos de centro e caminhos de mesa belíssimos! Mas sempre desviando o olhar para meu trabalho, tirando minhas dúvidas e me ensinando os ponto básicos.
Logo anoitecia e íamos fazer o jantar, eu em cima de um banco ajudando, vovó sempre de calça comprida, sapatilhas de tecido por causa do frio, andando rapidinho de um lado para o outro cantarolando: "eu vou pra maracangalha"" de Dorival Cayme.
Depois do jantar eu assistia um pouco de televisão e na hora de dormir! Tenho que confessar, eu era muito medrosa na infância e  chorava a noite com medo de dormir sozinha. Rs.
Os poucos dias que eu passava lá voavam, e vovô se aventurava novamente em uma dura viagem que levava um dia inteiro para fazer um percurso de 70km, metade de carro e outra metade trem com baldeação, só para me levar de volta. E eram estes nossos momentos de cumplicidade, conversávamos a viagem inteira, ele falava baixinho quase sussurrando, mas eu absorvia cada palavra que ele dizia e como toda criança, seguia quase todos os seus conselhos, eram para mim momentos mágicos, momentos que preservam sua presença comigo até hoje.
Cumplicidade que sempre me remete ao nosso passado, como a escolha da pagina de fundo do Blog
com seus livros e dos elogios recebidos dos meus leitores por escrever verdadeiramente, fazendo com que, quem conviveu com tudo isso naquela época volte literalmente ao passado. Fruto do habito a leitura a mim passado por ele. Creio eu. Entre outras coisas, que saberemos na hora certa. Afinal  de contas esta viagem está apenas começando.

Agradeço aos leitores e seguidores que me ligam ou mandam e-mails dizendo: Você esqueceu de falar de fulano, você não falou de tal coisa. Isso é maravilhoso tem me ajudado bastante.
Creio que diante disso posso fazer um pedido:
Aqueles que me acompanham se cadastrem como seguidores.
Os pedidos de receitas, sugestões e elogios são muito bem vindos,mas façam atravez do link para comentários porque as vezes recebo um telefonema no meio do trabalho e esqueço, os dos e-mails, não estou dando conta.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

MINHA RECEITA DE BOLO-DE-ROLO

Querida amiga Priscila Nalin!




O sucesso do meu bolo-de-rolo, a receita original que vovó Noemi trouxe em seu livro de receitas feito no Colégio interno onde foi educada em Pernambuco berço do famoso bolo-de-rolo.

                                                         
                                                           BOLO-DE-ROLO



INGREDIENTES:
                                                                             
250g de açúcar                                                        
250g de manteiga
5 ovo
250g  farinha de trigo                                                                                                                 
250g de goiabada derretida em água.


MODO DE PREPARAR

Bata bem o açúcar com a manteiga, adicione as gemas uma a uma. Depois junte as claras em neve.
Acrescente a farinha de trigo peneirando e misturando delicadamente.

Divida a massa em cinco porções iguais e asse em assadeiras untadas e polvilhadas.
Vire em um pano de prato polvilhado de açúcar, recheie com a goiabada e enrole ainda quente. Repita o mesmo processo até a última camada. 

MINHA SUGESTÃO

Em dias de festa, sirva com sorvete de goiaba e um bom vinho frisante rosé.
Disponha um pouco de sorvete goiabada em uma taça, uma fatia fina de bolo-de-rolo, uma bela bola de sorvete de goiaba e mais um pouco da calda, que agora deve estar quente.

PS. O sorvete de goiaba não é muito comum mas você encontra na Bella Paulista, para não correr risco, encomende com um pouco antecedência.












terça-feira, 12 de outubro de 2010

TRAVESSURAS DE UMA MENINA LEVADA DA BRECA

Sempre que se aproximava o São João era o mesmo alvoroço, mamãe  aproveitava as poucas horas de folga para fazer nossos vestidos de festa a casa se transformava num atilié em meio as popelines estampadas, cambraia bordada e zebrinha, fustão, rendas, sianinhas, fitas, entremeio, bicos bordado, franzidos, babados,  viés, saietas e  muitas mulheres envolvidas. E eu aproveitava para fugir de casa,  para desespero todos,
O que me levada a fazer isso, curiosidade! O que me fascinava eram os preparativos dos comes e bebes da festa. Morávamos no sítio bananeira do outro lado rio, fazer aquele trajeto até a casa de Vovó Lica sozinha aos 5 anos de idade só era possível atravez de uma travessura infantil.
Ao sair de casa descia uma pequena ladeira, estreita com sulcos feitos pela força das águas da chuva,  logo adiante uns pés de mandacaru que floresciam, mas a beleza total de suas flores não era possível de  ser vista  por causa de uma enorme cerca de aveloz.
Na margem do lado de cá do rio um corredor de árvores, imensas para o meu tamanho a meu ver quase uma floresta. Ficava um pouco ali admirando as cores reproduzidas pelos raios de sol que refletindo das pequenas fendas das copas das árvores, ouvindo todos os sons ali reproduzidos. O canto dos passaros, canto das cigarras,  o zumbido que as asas dos zigue zigue e beija flor  faziam num bailado frenético, o silencioso e quase imperceptível som das águas límpidas do rio que seguia seu curso natural mas sem pressa, o som dos meus passos sobre as folhas caídas, o correr rápido de pequenos e assustados calangos, preás  algumas tanajuras e muitas saúvas que em meio ao seu trabalhos disciplinado faziam sua pequena contribuição na combinação dos sons.
Atravessava o ponte feita de um enorme tronco de madeira com o coração disparado, pé anti pé sem alcançar o corrimão, será que eu confiava no leito do rio para amortecer uma possível queda, apesar dele não ser muito raso. Por certo não, pois tinha outro objetivo naquele momento que me fazia respirar fundo enfrentar o medo e olhar para frente, focada na beleza exótica dos frutos do pé de ariticum.
Enfim travessia cumprida, meu olhar se desviava  agora para a descida de acesso a outra margem do rio, a parte mais rasa, palco de tantos de brincadeiras seguidas de risos e gritos da garotada jogando água umas nas outras, rodopiando com os braços esticados e a água ao correr entre os dedos fazendo um efeito que chamávamos de vestido de noiva.(A brincadeira era assim: Rodava falando, quando eu casar meu vestido vai ser assim, jogava aguá pra cima com as duas mãos , meu véu vai ser assim, batia bem rápido e bem forte na flor da água falando, meu buquê vai ser assim.)  Eram só inocentes brincadeiras de meninas, mas não era permitido entrar no rio sem a presença de um adulto. Por isso depois do inevitável banho, sentávamos  ao sol para nos secar, mas criança não tem muita preocupação em deixar pistas da prova do crime:  Que neste caso eram os cabelos de imbira.
Portanto sentada numa pedra enorme na beira do rio voltava a realidade e admirava a plantação de café. Logo minha atenção se desviava ao ouvir o to fraco, to  franco, to fraco das galinhas pedrex, , o gulu, gulu dos perus de roda, o cocoricó das galinhas com seus pintinho que como eram muitos faziam um piado quase ensurdecedor, mas engradado.
Um pouco mais acima a casa de farinha, o pé de manga São Pedro, a lagoa rodeada de ninhos de patos e gansos, fervilhando de peixes que saltitavam, creio eu que em busca de comida, o pé  de limão doce com frutos enormes, da família da laranja da terra da qual se faz o doce cristalizado da entrecasca e logo em frente o jardim! O jardim que surgia numa explosão de cores e formatos das mais diversas flores que se pode imaginar, exalando seus perfumes que se misturavam  a outros aromas vindos dos cortiços de mel de abelha e do polén das flores soltos ao vento por abelhas e borboletas multi coloridas, mas na grande maioria pequenas e amarelas.
Um pouco acima o pé de coité, logo atrás dois coqueiros e mais  adiante uma enorme plantação de bananeiras.
No alpendre sentado num banco azul , Vovô. Que  me parecia estar sempre lá de braços abertos esperando por mim. Agora desconfio que ele sabia exatamente a hora das minhas fugas. Porque aquele abraço queria dizer: Pronto eu estou aqui!
Engraçado como eu sempre gostei mais de estar com adultos, então vovô Zu me pegava pela mão e  agora seguíamos juntos. Atrás da casa ficava a horta da qual já falei aqui, o curral, o chiqueiro de porcos,a pedra mó de transformar milho em xerem, a casinha de torrar café que  também era usada para secar folhas de fumo, os três pés de azeitonas (brincos de viúva) dos quais além de comer os frutos, usamos as sombras na hora de pescar. O pé de pitomba, um enorme pé de cajá e finalmente a porta lateral que dava acesso ao salão. Onde tinha uma mesa enorme com dois bancos laterais inteiriço, mesa essa que vovó trouxe do Engenho Sapucaia, depois que minha  Bisavó Dona Fina morreu. Para se ter dimensão do que era ser grande em um engenho, vovó mandou cortar um metro de extremidade da mesa para caber no salão e que após a chegada bisnetos, passou a ser a mesa da sala de jantar e ainda dispunha de mais de vinte lugares.
O salão era ao lado cozinha e onde eram feitas as comidas das grandes festa e o São João era uma delas, ainda do lado de fora me assusto com o barulho de um feixe de pés de milho que Zefão jogou. Vovô tirava as espigas, selecionava, fazias as copas e entregava para a mulherada preparar as pamonhas, a canjica que aqui se chama curau e o milho cozido.
Vovó se ocupava de fazer as massas das broas, biscoitos de nata, amanteigados, sequilhos e tarecos, mas atribuía as mocinhas a tarefa de enrolar, cortar, assar e rechear. Mas tinha que caprichar para serem todos iguais! Em dupla com Dona Nina de Seu Osmar preparava os bolos: De milho, pé de moleque, massa puba. As brevidades e queijadinhas.  As compotas de goiaba, caju, os doces de corte, o tradicional doce de banana de rodinha e o famoso doce de mamão verde com côco. Eram feitos com atencedência, de acordo com safra das frutas e guardados na dispensa junto os licores e queijos feitos em casa.
Isso sem falar nos assados e guisados e ensopados que tia Loló e mãe Nem ajudavam preparar, mas sempre aos olhos de vovó.
Como eu adorava! Era tudo tão mágico, ver os ingredientes se transformarem em belíssimos e deliciosos pratos. Os biscoitos e bolos eram os meus preferidos porque eram mais elaborados, decorados, aromatizados.
Interessante eu voltar no tempo e descobrir de onde veio minha paixão pela culinária.

PS. Fiz questão de conservar os termos Nordestinos para dar mais originalidade. Como dizia impolgado meu amigo e escritor Alagoano Artur Justo. - Menina, escreva suas memórias do jeito que aqui se fala! Isso é resgate da Cultura Regional Nordestina.